RIBEIRA DOS “CALHAUS”

24 Set

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“Tanto a calçada como o piso da Ribeira das Naus são pisos muito difíceis, que provocam um grande incómodo no corpo, dores físicas e um grande cansaço”.

                                                                                                                                                                                                       (Carina Brandão)

O Movimento dos (d)Eficientes Indignados organizou no dia 13 de Setembro uma ação de protesto contra a falta de um piso acessível para pessoas com mobilidade reduzida, nomeadamente as que estão em cadeiras de rodas, na recém requalificada Ribeira das Naus, em Lisboa.

Os organizadores aguardavam as participações do Presidente da CML, do autor do projeto da Ribeira das Naus, e, de representantes da Ordem dos Arquitetos e da Associação dos Arquitetos Paisagistas.  No entanto,  apenas estiveram presentes a partir das 15h15 algumas pessoas com mobilidade reduzida, exibindo uma faixa com o slogan da ação: “VIVER NÃO É SÓ RESPIRAR”.

As pessoas que passeavam pela Ribeira foram convidadas a experimentar deslocar-se por aquele espaço sentadas numa cadeira de rodas, verificando por si mesmas as dificuldades em circular sob aquele piso, sendo simultaneamente informadas sobre os reais problemas sentidos por quem se desloca em cadeira de rodas e o que representa a falta de acessibilidades para as pessoas com dificuldades de locomoção.

Sabemos que esta zona foi durante anos um enorme estaleiro de obras e  que recentemente foi  transformada numa área vocacionada para o lazer, dando a primazia às pessoas e ao sei bem estar.

Infelizmente o renovado espaço não é acessível a pessoas com mobilidade reduzida, porque apresenta um piso extremamente irregular e desníveis injustificados, que obrigam estas pessoas a fazerem um caminho maior para percorrer as mesmas distâncias que o “comum mortal”. 

Esta obra confirma assim que se continuam a perpetuar os erros do passado e uma cultura indiferente e/ou permissiva à legislação existente, e que desconsidera as necessidades de acessibilidade.

Para o responsável dos (d)Eficientes Indignados, as autarquias de todo o país preocupam-se em construir ciclovias para os ciclistas, “mas esquecem-se que há pessoas que andam de cadeiras de rodas, que não podem andar num piso destes”, criticou.*

“A vibração que nós sentimos com a cadeira de rodas é uma vibração que nos incomoda de tal maneira […], que não temos prazer em andar aqui [Ribeira das Naus], isto foi construído para o prazer, para as pessoas poderem disfrutar das belezas da cidade”, lamentou.*

A participar no protesto estava também Manuela Ralha, que sofreu um acidente de viação há dez anos e ficou paraplégica. Indignada, referiu que este tipo de pisos “continuam a excluir todas as pessoas com mobilidade reduzida”, acrescentando que “afeta não só os cidadãos de cadeiras de rodas como pessoas de bengala, andarilhos, com carrinhos de bebés ou de patins”.*

Será que com esta acção o Movimento (d)Eficientes Indignados  conseguiu atingir o seu objectivo último de fazer “envergonhar” os responsáveis pela criação e aprovação deste projecto negligente, alertando para a sua redobrada consciencialização das necessidades das pessoas com mobilidade reduzida, e para a não violação da lei referente às acessibilidades aquando da realização de obras futuras…?

NOTA: Os parágrafos assinalados com um (*) foram retirados do jornal i online.

Uma resposta to “RIBEIRA DOS “CALHAUS””

  1. Kathy 5 Setembro+00:00000 às 140730 #

    Estou completamente confuso …não percebo como é que a Câmara de Lisboa tanto dedicou (tempo e dinheiro) para a divulgação do seu estudo R.A.M.P.A. e tanto fala que preocupa-se com o tema das acessibilidades, mas depois permite este tipo de construção (escolha de piso)?????

    É só para a imagem, só para ficarem bem e enganarem o povo!!!!!!!!!!!

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